17 de agosto de 2011

Do passado veio um presente...

Que Jamie Fraser é um herói arquetípico, todos sabem. Claro, perfeito ele não é. Tem lá o seu quinhão de defeitos, como todo mundo. Mas...se eu ficasse perdida em uma ilha, quereria ficar na companhia dele. Não só por ser lindo e ser o típico macho-alfa, seja lá o que isso signifique. Mas, espero que até o final do post fique claro o porquê da minha colocação.

Uma das características  marcantes dessa ficção criada pela Diana Gabaldon é o fato do enredo não se mostrar um romance de amor logo de cara. Tenho uma grande simpatia pela relação de Jamie e Claire por conta de que ela vai se construindo aos poucos. No início, não se esconde que Claire nutre uma grande simpatia por Jamie. Até virar uma atração, que ela própria irá reconhecê-la como tal, muita coisa acontece. Até virar amor consolidado há que se prescrever uma certa dose de convivênvia. E o casal obedece a prescrição direitinho. Mas, tenho que dizer: o olhar que Jamie tem da Claire é um pouco diferente. Apesar dele ser uma figura inescrutável e de natureza fechada (para todos, somente não para Claire), ele a elege para si mesmo desde o início; de forma, creio eu, inconsciente. Só para constar, o termo "sassenach" que soa pejorativo ao carregar uma atribuição de desvalor e desprezo, na boca de Jamie soa como uma designação afetiva.  

Por isso, um dos presentes mais lindos que ele dá para Claire é a confiança. Ele acredita e confia em Claire. Enquanto ela é encarada como espiã, uma  forasteira tantos pelos escoceses como pelos ingleses, Jamie revela a ela muitas confidências que lhe valhem a vida. Lembremos que a cabeça do cara estava a prêmio. E antes mesmo de contraírem matrimônio, ele claramente vendo algo especial nela que também seria para si, promete protegê-la:

Não precisa ter medo de mim. Nem de ninguém aqui, enquanto eu estiver com você. p.87

A Claire que não é besta, logo o percebe:

Para um jovem fugitivo, com inimigos desconhecidos, Jamie confiara demais em uma estranha. p.126

É isso. É lindo. Se fosse definir a relação de ambos em uma palavra, eu diria, sem pensar duas vezes: confiança.

Essa parceria improvável dá o tom mais afinado da história. Para que haja Claire, é preciso haver Jamie. E vice-versa.

3 comentários:

  1. Relendo de novo (já talvez pela décima vez kkkk) o primeiro livro, a gente começa a perceber coisas que antes talvez a gente nem tinha notado...

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  2. Sim. É essa sensação. Diga-se de passagem, muito boa. E se quiser, expresse as suas impressões aqui pra gente. A sua contribuição é muito bem-vinda.

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  3. Fascinante a maneira que a autora retratou este personagem, forte, corajoso, passional, com defeitos, medos, o personagem ficticio mais real que conheci. Sua lealdade e amor por Claire são inquestionaveis.

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